É
madrugada do dia 31 de Dezembro de 2013 e eu sei que deveria estar
dormindo. Mas eu simplesmente não posso me conter. Meu coração está em
chamas e não posso guardar para mim mesmo tudo o que ouvi e aprendi
nesses últimos dias do ano. Há aproximadamente quatro dias teve início
nos Estados Unidos duas conferências missionárias dirigidas para jovens.
Uma liderada pelo John Piper e por diversos teólogos reformados como
Kevin DeYoung, David Platt, Matt Chandler e Thabiti Anyawile, a CROSS
Conference, cujo objetivo principal era mobilizar uma nova geração de
jovens missionários para alcançar os povos não-alcançados, dando uma
forte ênfase na História das Missões, sobretudo no legado Calvinista,
reunindo cerca de 30 mil jovens em Lousiville.
A outra conferência, o Onething aconteceu em Kansas City, reunindo
mais 35 mil jovens. Essa conferência é liderada pelo Mike Bickle e
idealizada pela IHOP. A mensagem principal pregada por todos os
palestrantes foi bastante semelhante à da CROOS Conference: estamos
vivendo em um momento único na História do Evangelho em que milhares há
milhares de povos não alcançado e cabe à nossa geração terminar a
“Grande Comissão”. A grande ênfase dada é ao movimento de oração 24/7
que visa estabelecer em todas as nações do mundo casas de oração para
interceder de forma ininterrupta pelo avanço do Reino de Deus na Terra.
Desde o ano passado, a partir da direção do Lou Engle, o enfoque maior
tem sido dado à oração de Jesus em Mateus 9. É o movimento “Ekballo” que
visa levantar jovens não apenas para clamar que Deus levante
trabalhadores para Sua seara, mas para que eles mesmo se tornem esses
trabalhadores.
Só Deus sabe o quanto fui impactado ao ouvir as mensagens de ambas as
conferências pela internet. Mais do que nunca creio que Deus está
abalando as nações e cumprindo a Sua Palavra, estendendo o Seu Reino aos
confins da Terra. Um grande avivamento não está prestes a acontecer,
ele já está acontecendo. É como se Deus estivesse literalmente cumprindo
as profecias de Zacarias 2 e estabelecendo um muro de fogo ao redor de
Israel. São tantos testemunhos de como o Senhor tem penetrado com o
Evangelho países tão fechados como Irã, Turquia e Egito, ao mesmo tempo
que tem avivado Sua obra em nações como Rússia, Indonésia, Índia, Coréia
do Sul e China. Há uma verdadeira cultura de oração sendo estabelecida
nesses países e há inúmeras casas de oração em que intercessores se
revezam dia e noite, como atalaias sobre os muros, exatamente como
profetiza Isaías no capítulo 62 de seu livro. Definitivamente, temos
vivido um tempo único na História e isso me inspira, me desafia, ao
mesmo tempo que me faz voltar os olhos para o Brasil.
O ano de 2014 é ano muito importante para nós como nação e a Igreja
de Cristo no Brasil não pode ficar quieta. É o ano em que o mundo
inteiro virá até nós a fim de encher os estádios construídos sobre a
corrupção e a miséria de nosso povo. Ao mesmo tempo em que nossas
crianças serão vendidas como brinquedos sexuais em nossas praias. É
também ano de eleições, no qual provavelmente continuaremos de olhos
fechados para tudo isso e legitimaremos a injustiça e impunidade em
nossas urnas eleitorais. Sempre que penso nisso, meus olhos se enchem de
lágrimas e assim como o profeta Habacuque clamo ao Senhor: “até
quando?!” É aí que olho para as promessas de Deus nas Escrituras
Sagradas ao mesmo tempo que vejo tudo o que Ele tem feito nas nações e
sou levado a me dirigir à Igreja.
O número de evangélicos tem crescido bastante no Brasil nos últimos
anos, mas temos percebido que a Igreja continua indiferente e muitas
vezes tão corrupta quanto o mundo. Eu sei que depois de tudo o que eu já
escrevi ao longo desse ano pode até parecer irônico eu fazer essa
citação, mas a acho bastante oportuna. Como disse certa vez a Ana Paula
Valadão em um dos seus DVD’s, muitas vezes a Igreja tem apanhado da
sociedade não por causa do seu testemunho, mas pela falta dele. Sim, a
Igreja Brasileira tem seguido o exemplo de Israel e tem traído a Deus,
tem trocado-O pelo deu “Mamon”, pela fama, pela popularidade, pelos
benefícios políticos e até mesmo por um horário nobre na Globo. Tenho
que admitir que a Ana Paula Valadão estava certa e para mim a maior
prova disso foi o fiasco do “Festival Promessas” desse ano, no qual
todos puderam ver a podridão das gravadoras gospel e a exaltação de
“Mamon” em detrimento de Jesus Cristo. O que apesar de ter me
entristecido, muito me animou.
Me animou porque tenho visto aos poucos a cultura “gospel”
desmoronando no Brasil e o meu próprio testemunho é uma prova viva
disso. Eu sei que posso até parecer otimista demais, mas hoje quando
olho para juventude cristã brasileira tudo o que vejo é o mover de Deus.
Eu sei que para muito isso pode ser tão difícil de acreditar como o é
saber que diariamente milhares de muçulmanos tem se tornado cristãos.
Mas o fato é que Deus tem sim despertado os Seus eleitos no Brasil. É
cada vez maior o número de jovens que tem abraçado a doutrina reformada e
conhecido o verdadeiro Evangelho. Eu certamente não sou o único. Há
muito outros como eu. Mas isso não é o bastante. De nada adianta trocar a
idolatria dos shows gospel pela idolatria da ortodoxia perfeita, mas
impiedosa, como a dos fariseus que Jesus chamou dentre outras coisas de
“sepulcro caiado”. Teologia correta sem aplicação e obra do Espírito
Santo não salva ninguém. Se assim fosse, Tiago nos assegura que até
mesmo Satanás e seus demônios iriam para o céu.
Eu creio que Deus quer avivar a Sua Igreja no Brasil e creio assim,
não porque uma “profetisa” dos Estados Unidos disse isso, mas porque é o
que a Bíblia nos diz. Se eu fosse escolher as referências que citam as
promessas de um Grande Avivamento como criam os puritanos eu certamente
não terminaria esse texto hoje (caso queira saber mais, recomendo a
leitura do livro “Oração e Avivamento” do Jonathan Edwards). Mas queria
citar apenas uma referência que muito foi muito utilizada ao longo desse
ano principalmente por ministérios neopentecostais a fim de conclamar a
Igreja Brasileira a orar por um avivamento, o texto de II Crônicas 7.14
que diz:
“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e
buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu
ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.”
Esse texto é bastante claro. É uma promessa de que se o povo de Deus,
se a Sua Igreja se voltar a Ele, em humilhação e arrependimento por
seus pecados, Ele não apenas ouvirá, mas sarará a Sua Terra. Essa é uma
verdade que muitos de nós já sabemos, mas por que não colocamos isso em
prática? Por que ainda não estamos vivendo um avivamento? Será que é
porque ainda continuamos confortáveis em nossos pecados? Será que é
porque ainda estamos preferindo adorar o deus Mamom? Será que é porque
ainda estamos oferecendo a Deus um culto idólatra e efeminado que Ele
abomina? Será que é porque o honramos com nossos lábios, mas nosso
coração está longe dEle? Será que é porque ainda somos altivos e
orgulhosos? Sim, é por isso mesmo e não sou eu que estou dizendo isso. É
a Bíblia. Infelizmente hoje em dia parece que não podemos mais
denunciar o pecado da igreja de nossa sociedade, como fizeram os
profetas da Bíblia até João Batista, o “mensageiro precursor”. As
pessoas sempre tiram textos bíblicos dos seus contextos originais para
afirmar que não podemos julgar nada nem ninguém. Quando não é bem isso o
que a Bíblia nos ensina. Parece que é proibido pensar!
Até quando permaneceremos assim? Até que Deus nos vomite de Sua boa?
Sim, porque não existem crentes mornos. Existem salvos e condenados. Não
há meio termo!
Não podemos mais ficar indiferentes! Temos que fazer algo! Temos que
levantar a voz contra as leis injustas. Não podemos ficar indiferentes
ao clamor de nossas crianças assassinadas nas florestas da Amazônia e
nos ventres de suas mães. Não podemos fazer de conta que não estamos
vendo nossas crianças sendo vendidas como brinquedos sexuais para o
mundo. Isso sem se falar no Sertão! Por que não sentimos a dor do
sertanejo que esse ano morreu de sede não simplesmente por causa da
natureza, mas por nossa negligência? E os povos indígenas e quilombolas
que hoje caminham para o inferno sem ter quem lhes pregue o Evangelho?
É tempo de acordar, Igreja Brasileira! Não há mais tempo para
indiferença! Como eu anseio pelo dia em que verei o Senhor estabelecendo
Sua Casa de Oração no Brasil. Como anseio pelo dia em que nossos jovens
se levantarão para completar a Grande Comissão. Como eu anseio por esse
dia. Pelo dia em que realmente amaremos a Deus de todo o coração, mais
do que amamos o dinheiro, a fama, a autopromoção, o conhecimento nulo e
arrogante. Parece um futuro tão distante… Mas como diz o livro do
profeta Habacuque,
“Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa
ler quem passa correndo. Porque a visão é ainda para o tempo
determinado, mas se apressa para o fim, e não enganará; se tardar,
espera-o, porque certamente virá, não tardará.”
Habacuque 2:2-3
Sim, Ele fará! Ele vai avivar a Sua obra no Brasil e só nos cabe nos
arrepender, mas até mesmo para que isso aconteça temos que pedir a Ele
que gere em nós arrependimento. É tempo de chorar, de se humilhar. Que
seja essa a nossa meta para 2014. Que nesse novo ano, façamos como o
apóstolo Paulo. Que soframos em oração como que com dores de parto para
que Deus dê à luz aquilo que Ele desde antes da fundação do mundo
planejou. Que sejamos atalaias sobre os muros. Que sejamos incansáveis
em nosso clamor a Deus para que Ele faça justiça. Que sejamos vozes
proféticas em nossas igrejas e sociedades, denunciando a corrupção e o
pecado. Que não nos calemos até que Ele nos faça ser um testemunho entre
as nações!
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