O cristianismo chegou ao Iraque (antiga Mesopotâmia) aproximadamente no
ano 33 d.C., através de São Tomé. A origem da Igreja iraquiana se deu
entre os caldeus. Hoje a Igreja Católica Caldeia forma a maior
comunidade cristã do Iraque.
A Mesopotâmia era uma região vital para a sobrevivência dos cristãos do
primeiro século, principalmente para aqueles que foram perseguidos pelo
Império Romano, já que era dominada pelos inimigos de Roma, os persas.
Do século IV ao XIV, o Iraque teve muitas igrejas e mosteiros cristãos
em cidades como Bagdá, Basra, Kirkuk, Mosul e Erbil.
Antes dos exércitos norte-americanos invadirem o Iraque, em 2003, a
Igreja tinha um número aproximado de 800 mil cristãos; hoje esse número
caiu para cerca de 500 mil: muitos saíram do país fugindo da
perseguição, da guerra e das dificuldades causadas por ambas.
O Iraque é, portanto, um dos primeiros lugares do mundo aonde o
evangelho chegou e a Igreja sobrevive lá até hoje. Atualmente, todos os
grandes grupos cristãos encontram-se no país: católicos caldeus,
ortodoxos assírios e evangélicos.
A Perseguição
A perseguição mais cruel que a igreja iraquiana enfrentou na antiguidade
se deu entre os anos 339 e 379 d.C. sob o reinado do sassânida Shah
Shapur II, que a considerava uma ameaça ao Império Sassânida por suas
ligações com o cristianismo do seu principal rival, o Império Romano do
Oriente (Império Bizantino).
Mesmo após a chegada do Islamismo ao Iraque, nos séculos VII e VIII, as
igrejas e mosteiros continuaram estabelecidos e crescendo ali,
principalmente nos séculos XII e XIII. As invasões mongóis no século
XVIII trouxeram mais tolerância religiosa para os cristãos, de modo que
inconvenientes legais e impostos que os muçulmanos haviam colocado sobre
os cristãos foram abolidos. No século XVI, o Iraque foi novamente
dominado pelos muçulmanos do Império Turco-Otomano, voltando a pagar
pesados impostos e a obedecer às regras impostas pelos otomanos. Durante
o governo do rei Faysal I (1920-30), os cristãos foram tolerados e
respeitados, pois este monarca, além de considerá-los povo semita (assim
como muçulmanos e judeus), não os via como adeptos de uma religião
contrária à sua, mas como cidadãos iraquianos.
Ao longo de sua história, comunidades cristãs inteiras foram expulsas ou
eliminadas em todo o Oriente Médio e Ásia Central: igrejas foram
fechadas ou destruídas, bispos e clérigos foram presos e torturados. Nos
anos 2000, a situação tem piorado para a comunidade cristã. Muitos se
mudaram para o Curdistão, região autônoma no norte do país, onde há
relativa segurança. O governo tem se mostrado incapaz de proteger os
cidadãos, especialmente as minorias. Assim, há uma espécie de anarquia,
em que a minoria cristã é a que mais sofre. Grupos criminosos de
fundamentalistas islâmicos lutam uma guerra não-oficial contra os
cristãos, tentando acabar com a herança cristã no país. Templos e
mosteiros foram destruídos; cristãos foram raptados e mortos.
A perseguição não se dá de forma sistemática. No entanto, quase todos os
grupos independentes (alheios ao governo) se posicionam contra a
minoria cristã. Sabe-se que nas cidades de Bagdá e Mosul cobram-se taxas
de não-muçulmanos, há conversão forçada ao islã, sequestros e
vandalismo nas igrejas. Esses casos são muito numerosos, mas é quase
impossível encontrar alguém que testemunhe tais fatos.
Com informações da Lagoinha.com / Fotos: Internet / Fonte: Portas Abertas
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