segunda-feira, 22 de abril de 2013

Uganda, símbolo de transformação


 Em entrevista, o pastor John Mulinde revela todos os segredos da transformação ocorrida em Uganda

O 14º Congresso de Louvor e Adoração do Diante do Trono trouxe um preletor que tem feito diferença em seu país. Seu testemunho ficou conhecido em todo o mundo por meio de um documentário chamado “Transformação”, que registra mudanças operadas por Deus em muitas nações. Uganda foi transformada pelo poder de Deus e John Mulinde foi um dos líderes que Deus usou para unir a Igreja e mudar o país. É a segunda vez que ele vem à Igreja Batista da Lagoinha. A primeira foi em 2011 no congresso de pastores. O pastor e doutor John Mulinde, 50, nasceu, cresceu e mora em Kampala, Uganda, de onde tem viajado para conferências internacionais, e fala três línguas fluentemente. É casado, tem 9 filhos (6 biológicos e 3 adotados), e pertence à igreja World Trumpet Mission. John nasceu numa família católica muito devota e, perto dos 20 anos, encontrou a salvação. Em entrevista exclusiva a Atos Hoje, John Mulinde conta sua história e como aconteceu a transformação de seu país de nação islâmica a nação cristã.
Lagoinha.com:  Como aconteceu a sua conversão?
John Mulinde:  Desde garoto eu gosto de ler. Certo dia, não tinha um livro para ler, então, fui visitar minha irmã, e lá achei um livro intitulado “Nove horas da manhã”, de Dennis Benet, um líder episcopal nos EUA. Li todo o livro em uma única noite e minha vida foi mudada. O livro é a história de como o Espírito Santo agia no meio do povo, batizava com o Espírito Santo e as pessoas falavam outras línguas. Eu jamais tinha ouvido falar disso e não imaginava que Deus poderia agir dessa forma nos tempos atuais. Então, orei: “Deus, se isso serve para os nossos dias eu quero. Eu pago o que for pago para ter isso”. Um mês depois, houve uma reunião na cidade onde as pessoas adoravam em línguas estranhas, e eu novamente falei com Deus que, se aquilo fosse real, eu também queria. Eu disse: “Deus, eu não preciso de milagre, cura, riquezas, eu só quero ser salvo. Se o Senhor for real muda-me em sete dias. Se nada acontecer nesse tempo, eu nunca mais voltarei ao Senhor. Dois dias depois, fui para a universidade onde um aluno me confrontou perguntando: “Você é salvo?” Diante da negativa, ele passou a pregar para mim. Como estava atrasado para aula, o único jeito de me livrar daquele rapaz foi aceitando a Jesus. Nesse momento me lembrei do livro que dizia que, quando uma pessoa aceitava a Jesus ela sentia alegria e um calor diferente. Por isso, resolvi tentar. Orei genuinamente, mas nada mudou. Concluí que Jesus não era real. Entretanto, ao voltar para o meu escritório, escutei um estrondo e uma voz falou comigo dizendo: “Acredite que você está salvo e você será salvo”. Isso aconteceu quatro vezes, então me rendi e me entreguei verdadeiramente ao Senhor Jesus.
Lagoinha.com:  Antes de entendermos a transformação realizada em Uganda, gostaríamos de entender o país sob a sua ótica.
Jonh Mulinde:  Uganda é uma democracia com 34 milhões de habitantes que falam inglês e lugande, mas temos 52 tribos com 48 diferentes línguas. Temos presidente, primeiro ministro, parlamento, mas também temos reis que lideram diferentes regiões. Uganda é um pais unitário, não tem estados, mas temos um movimento acontecendo pelos últimos 10 a 15 anos, em que 5 países querem se juntar – Uganda, Quênia, Tanzânia, Luanda, Burundi. Penso que nos próximos 5 anos vamos nos juntar. Uganda faz parte do que os historiadores chamam de útero da África, porque a maioria da população africana saiu daquela região e se espalhou pelo continente. É considerada a parte negra da África, com grande presença de macumbaria, feitiçaria e outras forcas espirituais. Quando o Evangelho chegou foi uma luta tremenda, mas 10 anos depois, tínhamos muitas pessoas convertidas e outras totalmente contra o evangelho, o que ocasionou conflitos que levaram o rei a decidir que os cristãos deveriam renunciar a fé, caso contrário, seriam mortos. Até jovens no palácio do rei não renunciaram a fé e foram mortos, ficando famosos em Uganda. Isso foi benéfico para a expansão do Evangelho em Uganda, que se tornou o centro do avivamento na África, em 1935, chegando até a África do Sul. Missionários saíam de Uganda para a Europa, Austrália e Canadá. Até os anos 60, a igreja era forte. Entre 1971 e 1979, tivemos um presidente militar chamado Idi Amin, que baniu as igrejas evangélicas e declarou o país como sendo islâmico. Depois de 8 anos de reinado de Idi Amin, Uganda saiu de 3% para 11% de mulçumanos. Idi Amin perseguia as igrejas e matava os seus líderes. Muitas pessoas se convertiam ao Islã por que o governo as ajudava com dinheiro, trabalho, privilégios em todos os sentidos. Se você fosse cristão, não podia trabalhar e tudo mais. Foi um tempo difícil. Durante esses 8 anos a igreja começou a orar muito, não nos prédios das igrejas, porque eles foram fechados. Se orasse em casa, o governo prendia, por isso, o povo começou a se reunir nas florestas, pela madrugada. Mesmo assim, muitos foram presos e mortos, mas foi justamente nesse tempo que a igreja viveu uma unção tremenda que se espalhou pela nação. Quando Idi Amin saiu do poder, tudo foi voltando ao normal, o país foi melhorando, então o nível de oração diminuiu. A consequência foi que, devagar, voltávamos a ter confusão, discórdia, ditadura, abuso de direitos humanos, estava se formando um caos. Mas a igreja acordou novamente e voltou a orar fervorosamente. Nessa época, a presença de Deus foi tão forte que era visível aos olhos humanos. Era como uma fumaça que tomava conta das igrejas. Você via as pessoas orando, mas não conseguia ver a parte de cima dos seus corpos. Houve uma onda de milagres e curas em todas as igrejas – tradicionais, pentecostais, carismáticas.
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Lagoinha.com:  Alguém ou alguma igreja coordenou ou organizou esse movimento?
Jonh Mulinde:  Não. Foi um mover de Deus. Depois de um tempo começamos a ver as igrejas crescendo, milagres acontecendo, a nação começou a ser curada. Então, veio um segundo período, um movimento um pouco mais organizado entre as igrejas, quando Deus começou a colocar em nosso coração o destino de nossa nação, não orando somente pelos problemas que estávamos vivendo, mas também pelos propósitos que Deus tinha para nós. Já tivemos um movimento no país de oração pela AIDS, um problema que estava destruindo nosso povo. Foi somente quando Deus começou a falar sobre o destino da nação que começamos a fazer um movimento organizado, indo de Norte ao Sul, Leste a Oeste construindo altares de adoração ao Senhor em toda a nação; e falávamos às pessoas para que construíssem altares em suas casas, igrejas empresas.
Lagoinha.com:  Vocês usaram muita mídia, TV, rádio, durante o movimento de avivamento?
John Mulinde:  De fato, não. Houve um tempo que tínhamos alguns programas de rádio, mas foram dirigidos para que pregassem somente o Catolicismo e o Islamismo. Com o tempo, o governo abriu outras mídias, mas eram mídias podres, de linguagem obscena. Por isso, decidimos banir essas rádios de nossas casas. Mas percebemos que nossos filhos estavam escutando essas rádios nas escolas, então, começamos a orar pedindo a Deus que nos desse a mídia. Em seis meses, a primeira rádio evangélica foi aberta, depois a primeira TV. Hoje, somos 150 rádios e não existe uma sequer que não tenha programas evangélicos todos os dias. O gosto da população mudou. Quem quiser alcançar o povo terá que colocar música gospel e apresentar programas gospel. Todas as TVs têm programas gospel. Nós não dominamos a mídia, mas ela está trabalhando para Deus.
Lagoinha.com:  Em resumo, quais seriam os segredos dessa transformação?
John Mulinde:  Penso que são vários: buscar a Deus por meio da oração, jejum, buscando o Espírito Santo, realizar uma guerra espiritual com estratégias, trabalhar por territórios, libertando cidades, buscar unidade do Corpo de Cristo, porque sem unidade você diminui sua autoridade no mundo espiritual. Quando igrejas caminham juntas a autoridade aumenta e elas podem entrar no governo, no mercado, na mídia, nas escolas. Foi no segundo momento de oração, quando Deus falava sobre o destino da nação, que começamos a entrar no parlamento, palácios e firmar altares de oração em todos os ministérios do governo. Então, começamos a ver muitos governantes e celebridades, como cantores, atores, se rendendo a Jesus. Muitos e muitos líderes mulçumanos se renderam a Jesus, não sei se vocês conhecem, mas há outro pastor com o mesmo nome que tenho, Mulinde, que hoje está em tratamento médico em Israel porque jogaram ácido na face dele. Esse pastor foi usado para alcançar milhares de líderes mulçumanos. Oficialmente, hoje, o país tem 12% a 13% de mulçumanos e 86% de cristãos, incluindo a Igreja Católica.
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Lagoinha.com:  Em quanto tempo aconteceu esse avivamento?
John Mulinde:  Desde o tempo de Idi Amin; em torno de 30 anos. Mas mesmo hoje tem muita coisa acontecendo em Uganda. A BBC, a TBN, e outras empresas seculares têm feito documentários sobre a transformação em Uganda. Eu diria que a transformação está acontecendo no tempo presente. Estamos vivendo mudanças em todos os setores da vida em Uganda. Quase tudo está melhorando. Em 1986, Uganda tinha menos de 15 fábricas em todo o país. Tudo estava em ruínas, quebrado, destruído. Atualmente, estamos crescendo 6,6% ao ano, o que tem sido consistente nos últimos 20 anos.
 :: Atilano Muradas  
Colaboração: Asaph Muradas
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